De vôos e de avô

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Em idos de 2014 estava eu indo para o LAB 89, do saudoso Oswaldo Oliveira e cia, da zona norte para a Vila Madalena e eis que, quando desço do ônibus, me deparo com esta pintura na parede:

Via Hadna Abreu.

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Fiquei uns bons minutos parada, estática, olhando a pintura.

E comecei a chorar.

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Voei eu ao meu passado familiar, e esta figura me fez lembrar de imediato do meu avô paterno, que não conheci, e que por uma série de dissabores e tragédias de honra (foi difamado injustamente por alguém no trabalho), suicidou-se em Piracicaba, se jogando no rio.

Já existiam meu pai, e um irmão e uma irmã, e minha vó estava grávida do quarto filho.

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Do que sei dele, era um professor idealista, sonhador, que esteve na fundação e manutenção do Lyceu Espírita Brasileiro, em São Paulo (que até hoje não consegui descobrir como e porque fechou). E que tinha irmãos (que nunca consegui localizar). E que era primo de minha avó (sua mãe era irmã do pai de minha avó). E que ele era espírita, assim como minha tia bisavó, dona Eugênia da Silva (uma das primeiras espíritas do Brasil e sua tia-avó) de quem era muito próximo.

Mas… quando vi a figura, imediatamente me veio a mente a ideia de “meu avô passarinho“, aquele que voou para a eternidade.

E para ele, fiz estes posts:

Voar.

Voar. Voar.

Para meu avô-passarinho.

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Como espírita que também sou, espero que ele esteja bem, voando alto pelas e com suas utopias sonhadoras.

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